A
fã 'Tenshi no Hane' disponibilizou no AHS a tradução de parte da
longa entrevista concedida à edição especial da ViVi.
Esta
edição celebra o fim do 'DejiDeji Nikki' com uma longa entrevista.
A primeira edição do diário foi publicada em setembro de 2000, e
agora Ayu e ViVi relembram aquela época.
ViVi:
Todos estavam constantemente buscando uma nova "Ayu".
Cabelo loiro e curto, óculos escuros... Você criou várias
tendências, seja de moda ou maquiagem.
Ayumi:
Hoje em dia, quando vejo aquelas fotos, percebo que tinha vezes em
que eu gostava daquilo só por alguns instantes, ou então nem sequer
gostava. Acho até interessante. (risos)
Hein?
Sério?
Não
que fosse tudo mentira ou fingimento. Acho que na época, meu
sentimento de "preciso estar sempre mudando [meu visual]"
era muito mais forte que o fato de gostar ou não de determinado
acessório. E até quando encontrava algo de que podia gostar pra
sempre, eventualmente acabava mudando, mesmo porque não seria
interessante manter sempre o mesmo look. Senão, não ia conseguir
entreter através da minha aparência, entende? É por isso que, de
repente, eu escurecia os cabelos apesar de preferi-los loiros, ou
alternava entre uma pele bronzeada ou mais clara. Coisas assim.
Você
exagerava?
Acho
que me sentia bem na época. Usar roupas novas é legal, e as pessoas
me diziam "você está ótima" e me imitavam. Ver todo
mundo adotar meu visual me deixava feliz, mas pra dizer a verdade,
acho que muitas vezes posso ter exagerado um pouco. Eu tinha que
fazer alguma coisa, eu tinha que mudar. Sem que percebesse, criar
coisas diferentes tinha virado o "dever da Ayumi Hamasaki".
Eu encarava aquilo como sendo o certo e entrei de cabeça. Tenho
certeza que brilhei muito na época.
Mas
me tornei adulta de lá pra cá, e hoje não acho que "evoluir"
e "mudar" sejam a mesma coisa. Pra mim, devo focar sempre
na evolução. Como seres humanos, temos que saber lidar com o
declínio, e acho errado simplesmente desistir e se abater. Dito
isso, não tenho mais aquela ânsia de estar sempre mudando. Já
passei por inúmeras mudanças e transformações, e hoje sei o que é
realmente bom e importante pra mim. Acho que devo continuar evoluindo
e mantendo contato com a época, de modo que não me torne muito
arrogante.
[...]
Em
compensação, tem algum momento em que você se odeia, pensando
"nunca mais vou ser desse jeito"?
Eu
não gosto muito do "eu" que fez cegamente tudo o que era
esperado de mim. Como posso explicar?... Acho que seria muito rude
comigo mesma e até com o TeamAyu, a quem sempre tento transmitir
minhas ideias. Ainda acho que aquela versão de mim não era a ideal.
Você
diz musicalmente, também?
Sim,
musicalmente, também. Às vezes me pedem pra compor uma balada
triste, quando na verdade estou me sentindo radiante. Se é a
trabalho, é claro que eu faço, mas se uma situação dessas se
estende demais, é como se me dissessem pra sorrir o tempo inteiro
apesar de estar triste. E é ruim demais mentir pra mim mesma desse
jeito, muito ruim. Não é?
E
você deixou de fazer esse tipo de coisa?
Sim.
Não quero passar a me odiar. Supondo que algumas leitoras da ViVi
também passem por isso, odeiem seu "eu" atual ou nem
saibam se gostam de si mesmas, torço para que não parem por aí:
tentem encontrar o "eu" que vocês apreciam, porque ela
certamente existe!
Não
deixem isso para terceiros, encontrem-na vocês mesmas dentro de si.
O que faz vocês se sentirem bem? Tentem imaginar um dia que tenha
sido ótimo, ou o que tenha feito se sentir feliz. Foi por estar
vestindo uma cor diferente da habitual? Foi por estar em um grupo
diferente do habitual? Coisas desse tipo. É impossível que todos os
dias sejam iguais, por isso deve haver uma razão, e se ainda não
perceberam o que é, é porque não estão procurando. É um
desperdício acabar com a sua vida por se odiar ou não saber o que
quer do futuro. Vocês até podem esperar por alguém que diga "olha,
você é maravilhosa quando faz isso" ou "você é a pessoa
ideal para esse trabalho", mas ninguém garante que esse alguém
vai aparecer. E mesmo que se mantenham passivas, ninguém vai achar a
resposta pra vocês. Até porque essa resposta é algo que devem
encontrar por si mesmas.
Você
encontrou a sua resposta dessa forma?
Encontrei.
Os tempos mudam, a idade muda e até as coisas à minha volta mudam
rapidamente. Mas acho que basta redescobrir como amar a si mesma
nesses momentos. Deve haver pessoas que transformam o hoje numa
espécie de preparação, dizendo "o meu eu ideal está no
futuro, e assim que a encontrar, ficarei com ela para sempre".
Mas
a questão é que não existe isso de "período de preparação",
não é? Quero muito que as leitoras da ViVi vivam o presente. Vocês
até podem se preocupar com o futuro, mas o que vão fazer se algum
imprevisto acontecer?
Essa
é uma grande verdade. Deve ser o mesmo que "viver sem
arrependimentos", não é?
Com
certeza! Não faço ideia do quanto minha situação atual pode
mudar, e provavelmente não há muito que eu possa fazer quanto a
isso. O mais importante é perguntar "o que eu quero fazer?".
Acho uma grande perda de tempo transformar o presente em uma
preparação para o que quer se tornar. Você pode simplesmente fazer
isso quando "o dia" chegar, não é? Acho que isso basta,
principalmente para a geração de leitoras da ViVi.
[...]
Além
disso, Ayumi disse que o fim do DejiDeji Nikki foi uma decisão dela
(ao chegar no #200 no 19º ano de carreira, achou que era hora de
parar), e que pretende focar no 20º aniversário.
Agradecimentos
à fã 'Tenshi no Hane'! *-*
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